RESENHA – Marte Um (filme)

Senti lágrimas quentes nos olhos – um sentimento misto de tristeza e alegria. Ouvi aplausos da plateia e me juntei a eles.

Os créditos na tela subiam e o coração palpitava. Assim foi o fim da sessão que acompanhei de Marte Um (filme nacional que representará o Brasil no Oscar, dirigido por @gabitomartins). 👏

O longa mineiro conta a história dos Martins – uma família negra de classe média baixa, vivendo em um Brasil governado pelo presidente Jair Bolsonaro. Redundante dizer, portanto, que é um filme pautado na atualidade.

Para o pai, a esperança de vida melhor é que o caçula, Deivinho, seja um jogador de futebol famoso. Talvez a mais ousada – embora não impossível, mas raramente concretizável – idealização de um brasileiro.

Aquilo que move um pai trabalhador “comum” a cumprir outro dia de serviço. A fé no menino. No esporte. No futuro. 🙏🏾

Algo que lhe impede de tomar aquele primeiro gole e recair no alcoolismo. Algo que ele preserva como um ideal, mesmo quando as contas apertam e a rotina se torna mais difícil diante da ascensão de uma extrema-direita.

Só que Deivinho tem planos diferentes….Quer ser astrofísico. Mais especificamente: colonizar Marte.

Mesmo sabendo que ir até lá deve custar “alguns milhões de dólares”. 😅 E, em um misto de ingenuidade infantil com ímpeto da alma (coisa linda de se ver), o menino começa com itens velhos de casa a construir seu primeiro telescópio.

O filme mostra, bravamente, como a política é interseccional ‼️ e, de fato, atravessa diferentes momentos da vida de cada personagem. E, para além do longa, a vida de tod@s/todes nós, creio eu.

Nossa fé, nosso otimismo e humor, nossa forma de comer e de amar. Os atritos do cotidiano, as crenças e os costumes.

Não há como sermos apolíticos, penso. Mesmo não cientes, por vezes, a política nos atravessa.

A tod@s/todes- porque impacta a tod@s/todes. Emocional, financeira, espiritualmente.

Porque não existimos sozinh@s neste mundo. Nem aqui, nem em Marte.

E é direito de todo ser humano viver em paz, sem armas ao redor, com dignidade para sonhar e um horizonte mais concreto que lhe permita realizar.

Em resumo: belíssimo é sensível filme 🎥. Mais um pra gente lembrar da importância do dia 2 de outubro. Escolher bem.

Não só nosso presidente, mas quem vai nos representar neste Congresso onde as decisões efetivamente são tomadas.

Que a gente retome nosso direito democrático de sonhar ❤️ e reconstruir um Brasil para os “Deivinhos”, seus pais e cada um de nós vivermos com mais dignidade.

Nós merecemos isso.

ps: aqui em POA, o filme ainda está em cartaz na Casa de Cultura e no Espaço de Cinema. Corre lá! 🎊

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