RESENHA – Pós-F: Para além do masculino e feminino

O que é cafonice para você?

Eu não sei exatamente definir.

Sei o que talvez sintetizaria seu oposto.

Fernanda Young.

Direta. Contraditória. Profunda. Vulnerável. Firme. Ambiciosa. Audaciosa.

São adjetivos que me parecem definir a complexidade de sua obra e, possivelmente, da própria Fernanda enquanto mulher escritora.

Em “Pós-F”, a autora expõe com coragem suas percepções acerca de questões de gênero, apontando para uma pergunta que também julgo cada vez mais urgente:

Quando é que, finalmente, poderemos transcendê-las?

Quando é que, finalmente, poderemos enxergar homens e mulheres em sua beleza humana – para além de identificações aprisionantes?

Quando é que a dolorosa Guerra dos Sexos – geradora de sofrimento para tod@s/todes – irá finalmente acabar?

Infelizmente, a própria Fernanda não apresenta uma resposta muito otimista.

Desde que li a Beauvoir tendo a concordar: ainda precisaremos de muito tempo, possivelmente séculos, para ir além de discussões sobre gênero e simplesmente vivermos em paz, igualdade.

Mas Fernanda, generosa, deixa uma sugestão para que até lá o percurso seja mais leve:

Cuidemos de nossa autoestima.

Trabalhemos para nos acolhermos, em nossas individualidades, potencialidades e obscuridades.

Se amarmos a nós mesm@s, seremos também melhores em amor aos outr@s. Para além de uma visão restrita envolvendo rótulos.

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